segunda-feira, 30 de novembro de 2015

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Arian Rodrigues Batista – 21441
Beatriz dos Santos de Araújo 27862
Guilherme de Paula faria 26796
Letícia de Campos Borges 27523
Natália Lopes Fregonesi 27164
 

Resumo do Livro: Pedagogia: Diálogo e Conflito


Arian: pagina 9 a 26

            Este livro surgiu como uma resposta a varias perguntas, muitas de caráter social e político, mostrando a opinião dos autores, e também mostrando a interdisciplinaridade, os autores deste livro são: Moacir Gadotti, Paulo Freire, Sergio Guimarães.
            O nome do livro, Pedagogia: diálogo e conflito, é porque é um livro que vai falar de pedagogia, e a principal característica dele é mostrar a articulação entre o diálogo e o conflito como estratégia do oprimido.Destacando-se que o diálogo se dá entre iguais e diferentes, nunca entre antagônicos, gerando o conflito.
            No texto fica eminente as características freirianas, onde se fala de uma escola pública mais alegre, fraterna e democrática, e ao mesmo tempo séria competente e difícil, sendo um processo a longo prazo. O autor destaca que a escola é fruto de suas próprias contradições, destacando a autonomia para a melhoria da qualidade.
            Há uma característica muito forte no livro quando se fala a respeito de questões sociais e políticas, levando a conclusão de que a pedagogia do oprimido não pode ser superada se ainda existirem oprimidos, a luta de classes não se extinguirão enquanto existirem privilégios entre classes.
            Há também uma abordagem do contexto histórico, destacando se a década de 60, sendo um período de educação formal e tecnicista, as formas de estudo e pesquisa educacional distancias dos modelos positivistas estavam sendo organizadas, a pesquisa participante veio a romper com este círculo fechado, estabelecendo novos critérios de validade para a pesquisa em ciências humanas, nos dias atuais há um rompimento com os paradigmas positivistas.
            Paulo relata que retornou do exílio para o Brasil e recebeu muitas homenagens, convites para ser patrono/paraninfo de formandos de diversas áreas, em vários lugares do país, Paulo foi exilado em 1964.

Capítulo 1 - O político pedagógico

É impossível dissociar da tarefa pedagógica o político.No ato político há, portanto, a natureza ou a marca do pedagógico, assim como no pedagógico há a marca do político.

Natália: pagina 27 a 43

CAPÍTULO I – O Político-pedagógico

4. Convencer é também conhecer juntos
Neste capítulo os autores discutem a ideia de que convencer não é apenas depositar diversos argumentos, mas que também é necessário conhecer, ou seja, saber também quais são as ideias do interlocutor para que se possa trabalhar em cima disso. Paulo Freire ainda comenta que quando se trata de lutas políticas com classes sociais o convencimento pode não ser eficiente.

5. Diferentes modos de “falar com”
Nesta seção, basicamente se discutem as formas como Paulo e Gadotti portam-se ao falar para o público. É comum na fala dos dois a ideia de que cada situação e que cada público são naturalmente diferentes e, portanto, a maneira de se trabalhar em cada cenário será diferente. Quando Gadotti cita que, por vezes, utiliza-se do método expositivo, Paulo e Sérgio ressaltam que esse método pode ser sim um diálogo, mesmo que sem o envolvimento de perguntas e respostas. Em certo momento do capítulo, também discute-se questão partidária brasileira, salientando que os partidos políticos no Brasil não possuem uma definição ideológica clara e se interessa mais por nomes do que por propostas.

6. A paciência histórica do educador...
Paulo relata que, por sua experiência, nunca perde a paciência com perguntas provindas do público, mesmo que elas sejam provocativas. Sua estratégia é utilizar na resposta a mesma intensidade e vigor que foram utilizados na pergunta.

7. ... mas nem tanto! Acerca de humor, ironia e irreverência
Apesar da paciência necessária, indispensável e histórica do educador, Gadotti e Paulo relatam que, em certos momentos, faz-se necessário ser duro, utilizando-se muitas vezes de ironia e humor. Mas, independente disso, Paulo ressalta que não há como perder a paciência na luta e é completado por Gadotti, que afirma ser uma paciência com postura política.

8. Núcleos temáticos centrais
Neste capítulo, Gadotti relata que guardava em uma caixa de sapatos diversas perguntas que lhe era dirigidas durante eventos e que elas possuíam os mais diversos temas. Em relação ao eixo “estudante”, a preocupação central encontra-se na questão da participação estudantil.

CAPÍTULO II – Educar: saber, participar e comprometer-se

1.    Introdução: o tema da participação
Gadotti faz uma introdução ao eixo temático relativo aos estudantes, destacando algumas perguntas:
"Como fazer os alunos entenderem que às vezes é preciso sacrificar algumas aulas para se aprofundar em coisas que não são relativas diretamente ao conteúdo da sua formação específica?"
“Qual o caráter da greve estudantil como formadora da consciência?”
 "O que fazer quando o próprio órgão de representação é contrário à participação?”

2.    Caráter formativo da greve
Gadotti traz uma análise da questão das greves. Inicialmente, salienta que a greve para aqueles que não entenderam seu real motivo seja apenas um período de descanso, mas pra quem participa conscientemente ela é instrumento precioso na formação política e do cidadão. Além de ir a assembléias e participar diretamente do movimento, um grevista consciente ainda precisa ir a comunidade explicar os motivos da paralisação e pedir apoio.
Em seguida, Gadotti relata sua experiência na participação em um greve na UNICAMP em 1979 e as questões que teve de enfrentar ao ir para as ruas explicar a comunidade as motivações para aquela situação.
Sérgio deixa suas considerações a respeito das greves, citando uma visão que ele considera errada de que a formação do estudante é separada em currículo e programas que põe à margem a vivência do estudante como cidadão. Nesse sentido, esse pensamento coloca a greve como fator de atraso nos conteúdos programáticos em prol do exercício do direito político do cidadão.

3.    Concepção “palmar” do conhecimento
Paulo Freire destaca a concepção palmar do conhecimento, ou seja, que a formação do educando está dizendo em palmos de conhecimentos, que seriam os bimestres, trimestres ou semestres. E se, ao final, algum dos palmos falte o saldo negativo vai ser atribuído ao professor (ou a uma greve). No entanto, se o professor não usa o direito de entrar numa greve para reivindicar o que lhe é ilegitimamente negado, ele falha como cidadão.  Os problemas gerados pela greve, como acúmulo de tarefas, é concebido devido a concepção palmar. Entretanto, quando um estudante entra e milita numa greve, quando ele se mobiliza e, nessa medida, se organiza enquanto estudante outros estudantes, participa de uma espécie de movimento interno do processo de mobilização que em si mesmo é altamente pedagógico.

4.    Greve: aulas de democracia
Gadotti inicia contando sobre uma das maiores greves de professores da rede pública do estado de São Paulo e suas conquistas. Foram 17 dias de greve e para justificar a não reposição das aulas o presidente da APEOESP disse: “Foram dezessete dias de greve com duas assembléias por semana, toda quarta e sábado. Foi um movimento crescente pela valorização do trabalho do professor... os professores tinham dado lições durante aqueles dezessete dias, só que eram lições de democracia.”
Em seguida, Sérgio e Gadotti relatam que em momentos de greve começam a surgir atividades culturais dentro da Universidade, fazendo com que mesmo quem não militasse diretamente na greve e os que não estavam conscientizado fossem atraídos para essas atividades que só eram desenvolvidas nesses contextos de greves.
Por fim, Gadotti comenta não só da participação em greves, mas da participação estudantil no caráter da Universidade em si, já que está seria responsável por debater os grandes temas nacionais. Segundo ele: “A participação dos estudantes através dos seus centros e diretórios acadêmicos, através das suas entidades, é uma participação não só política mas também cultural. A realização efetiva dessa função da universidade exige uma participação muito grande dos estudantes. Considero que é assim que a universidade se legitima: não só por ensinar bem, mas também por atender a essa ansiedade da própria população”.

Beatriz: pagina 44 a 60

- Universidade e Autonomia:
Tanto Sérgio como Gadotti, dizem que as universidades brasileiras deveriam ser um pouco mais autônomas. Fazem comparações com as universidades estrangeiras e que já existem a séculos, e possuem sua própria autonomia, e nem por isso deixam de ser exemplo.
- Participação democrática não implica falta de rigor científico:
Gadotti inicia a discussão com a ideia de que há uma contradição entre o caráter da participação da universidade com aquilo que é chamado de rigor acadêmico.  Paulo diz que o rigor científico não é uma categoria metafísica e sem histórica. Diz que a ciência é uma criação humana, histórica e social. Segundo ele, o novo sempre existe, há sempre uma novidade que supera o novo e que emergirá.
- “Daqui para a frente decreto a participação...”
Sérgio diz que voltando ao governo do estado de São Paulo e à sua proposta inicial de participação, ele destacou o problema da remuneração dos professores, ao qual o governo paulista não foi suficientemente sensível. Assim, não é apenas no plano da proposta de participação que houve recuas, mas também na questão crítica de se remunerar decentemente os professores. Paulo completou a ideia dizendo que achava que o primeiro problema de um governo, ao nível da educação, seria discutir a própria participação, a nível pedagógico e político, seria discutir com as entidades da categoria, as possibilidades concretas e imediatamente demonstrar através de um salário mais digno o respeito que tem por seus professores.
Capítulo III – Educar e Reinventar o Poder
- Introdução: Qual é o papel do educador hoje?
Gadotti diz que a interrogação sobre o papel do professor hoje é o que lhe parece o núcleo central das questões pedagógicas. Seguindo desta pergunta, ele menciona algumas questões históricas do professor no país, como as condições de trabalho, a remuneração, entre outras.
Há o problema da autoridade, da liberdade, a questão da disciplina, da avaliação, da nota, que estão relacionadas com a questão básica da autoridade e do autoritarismo. Há também o problema da qualificação, da preparação do professor, que está ligada ao compromisso político do professor, isto é, à dialética entre o professor enquanto técnico e o professor enquanto político.
- O que fazer “Enquanto a mudança não vem?”
Sérgio surgi com a pergunta, o que o professor pode fazer em sala de aula enquanto a mudança não vem?
Gadotti entra com a ideia de que a questão política reaparece mais uma vez para responder a esta pergunta. Surgindo com novos questionamentos sobre o papel do professor-político dentro de sala. Sérgio lembra que o papel do educador é quase um clichê.
Gadotti continua dizendo que acha interessante observar é que sempre há uma insatisfação. Até que ponto essa insatisfação não é própria da atividade educativa? Uma insatisfação de não atingir plenamente a totalidade do seu papel. Se nós nos perguntamos sempre, será que não é uma pergunta que sempre deve continuar? Qual é o papel do educador? Eis uma pergunta que não tem resposta definitiva.
Paulo discuti que o papel do professor não pode ser dito como algo exato. Cada professor tem seu papel dentro da sociedade, e tudo isso tem a ver com a classe dominante e as classes dominadas. Fala também sobre a diferença entre um educador reacionário e o educador revolucionário. E completa dizendo que o educador revolucionário explica aos seus alunos a justificativa de estarem aprendendo tal tema.
- A posse do método como instrumento de poder
Paulo inicia a discussão falando sobre a diferença que este vê entre o educador revolucionário e o reacionário. Completa dizendo que os caminhos de ambos não podem ser os mesmos: um caminha com o objeto na mão, o objeto de conhecimento tanto quanto possível possuído por ele e por sua classe; o outro não se considera possuidor do objeto de conhecimento, mas conhecedor de um objeto a ser desvelado e também assumido pelo educando.
Gadotti diz à Paulo que em sua opinião não dá para a classe dominada amolecer diante da classe dominadora. Porque não será pela moleza, pela indisciplina, pela malandragem que nós vamos conseguir conquistar o poder da classe dominante. Os educadores conscientes, que têm um compromisso político com essa classe, têm a preocupação de saber como se comportar, como ser professor no sentido não-metafísico, ou seja, no sentido do compromisso do professor hoje para com a sociedade, para com a classe trabalhadora.
- Não seria necessário reinventar o poder?
Paulo diz, É evidente que o problema da revolução implica o da tomada do poder das mãos da burguesia, que necessária e logicamente o usa em função de seus interesses. Assim como a burguesia fez a sua revolução tomando o poder da aristocracia que o usava em função dos seus interesses, hoje a questão da revolução passa pela tomada do poder dessa burguesia que se aristocratizou. A questão do poder político perpassa qualquer reflexão. No caso específico da educação, para mim é inevitável pensá-la sem pensar o poder. Neste fim de século, contudo, se coloca uma questão em torno do poder e da revolução que me inquieta profundamente.
- A democratização do saber...
Paulo inicia a discussão dizendo que do ponto de vista dele, a partida é que a classe trabalhadora tem dois direitos, entre muitos outros, fundamentais. Primeiro, conhecer melhor o que ela já conhece a partir da sua prática. Ninguém pode negar que a classe trabalhadora tem um saber. Pois bem, é para conhecer melhor este seu saber que o intelectual revolucionário pode colaborar. Uma das tarefas do intelectual revolucionário é exatamente esta: a de possibilitar, através do desafio, da colaboração, da não-possessão do método, mas da comunhão do método com a classe trabalhadora, possibilitar que ela reveja ou reconheça o que já conhece.
- ...se resume ao acesso ao saber burguês?
Paulo diz que gostaria de fazer uma observação, há professores que, descontentes com a situação atual, defendem uma posição favorável às mudanças, com intenção progressista, e com uma concepção de que o saber burguês e os conteúdos que se ensinam nas escolas devem ser equacionados mais ou menos assim: é preferível que os filhos dos trabalhadores, os meninos pobres, a criançada de periferia e de favela recebam na escola os mesmos conteúdos, o mesmo saber dominante a que os filhos dos burgueses têm acesso. A solução do problema estaria em que as escolas de periferia, por exemplo, tivessem o mesmo tratamento do ponto de vista do desenvolvimento dos conteúdos. Desse modo, dizem aqueles professores, nós estaríamos permitindo que as crianças de periferia viessem a dominar todo aquele saber que até então era privilegiado em algumas escolas burguesas, e isso l
E Paulo completa dizendo que o que Sérgio diz tem muito a ver com o papel das associações de classe e de categoria, por exemplo, o papel político-pedagógico dos sindicatos dos trabalhadores, e também com o papel dos educadores que começaram a fazer o seu “suicídio de classe”.
- Reeducar para a travessia
Paulo diz que como professor o que importa é como se refaz ou se recolhe os aspectos, sobretudo da história.
Sérgio introduz a ideia da utilização do livro didático, dizendo que o problema do material didático, é hoje muito grave, pois está ligado a uma indústria do livro didático que atende a interesses econômicos bastante definidos. É necessário analisar esses materiais didáticos e os professores deveriam se reunir para discutir as cartilhas, os livros que adotam, porque na realidade, toda aquela questão do método a que Paulo se referia está, na grande maioria dos casos, condicionada, e muito, pela utilização dos materiais didáticos.
- Instrutor e Educador
Mais uma vez Paulo inicia a discussão, e dizendo que o que se observa há muito tempo é que, em nome de uma má capacitação de grande quantidade de educadores no Brasil, em vez de se fazer uma política de luta pela boa capacitação, a saída foi a mais fácil: equipes pequenas, apropriando-se do método, o colocam nos livros-guias para ser reproduzido pelos professores mal capacitados. Em seguida, Sérgio continua a ideia dizendo, é como se o professor tivesse abdicado de seu papel para assumir o de instrutor.
Sérgio encerra o diálogo falando que é impossível, que numa platéia de trezentas pessoas, por exemplo, a consciência crítica se manifeste homogeneamente. Os momentos da consciência são vividos também individualmente e remetem à história do indivíduo, da sua idade, sexo, crença, etnia, ou seja, elementos que não são apenas de classe.

Letícia: pagina 61 a 77


A questão não é transferir ao educando um discurso sobre algo cujo método de conhecer esse algo está na posse do educador, ou nem sequer nele, mas num livro que ele leu. O problema não é transferir o discurso sobre, mas sim compreender o mecanismo de funcionamento da sociedade capitalista e fazer a crítica disso, e não só do subsistema.
Se o que a classe dominante espera da escola é a preservação do status que, como salientei antes, a escola se dá também, independentemente do querer dominante, a outra tarefa que contradiz aquela. A tarefa da reprodução é muito mais fácil, assim o educador concreto, objetivo, dificilmente pode ser enquadrado neste tipo: “Este é revolucionário, aquele é um infeliz reacionário, aquele é o perfil do burguês".
 SÉRGIO – Quando se coloca de um lado o chamado educador reacionário e de outro o revolucionário, não considero que esses dois pólos possam ser encontrados puramente. São dois pólos cuja distância, entre eles, é preenchida por uma graduação
GADOTTI – Eu concordo com você, na prática pedagógica esses clichês do "professor policial", do “professor povo”, do "professor neutro, mas elas não permitem uma classificação de cada professor, concretamente .O desenvolvimento do tema até agora me deixou uma única dúvida: como se opera a passagem gradativa daquilo que o Paulo chamou de "conversão", e que eu chamei num texto de “trânsfuga” de classe? O Paulo citou o próprio Marx como exemplo. Eu teria uma restrição à própria palavra “conversão", porque ela conota uma atitude quase religiosa e supõe uma passagem muito datada, como a data de um batismo, por exemplo. Não tenho outra palavra para definir esse fenômeno, mas provavelmente não é uma conversão. Não é o contrário, não é uma conversão primeiro a nível da consciência, e acho que o Paulo realmente não se referiu a uma conversão de tipo religioso, de consciência.
PAULO –A conversão no fundo é uma caminhada é nesse sentido que eu uso a palavra "conversão". Como o Amílcar usou "suicídio de classe", e o Gadotti usa “trânsfuga”. Que dá no mesmo. Como fazer essa conversão?
SÉRGIO – A conversão, nesse sentido, seria um mudança de rumo, da direção em que se vinha caminhando.
GADOTTI –Recentemente tive a oportunidade de ouvir um educador formado na Universidade de Louvain que veio ao país e trabalhara o meu texto lá. Ele me disse o seguinte: “Realmente, depois que cheguei ao Brasil e li Concepção dialética da educação. Na Concepção dialética da educação você é realmente marxista. Antes você duvidava do marxismo".
GADOTTI –A leitura do marxismo não pode ser positivista, mas uma leitura pedagógica que supera a crítica das ideologias. E respondo à própria pergunta que formulei ao Paulo em termos de saber o que é essa conversão, como ele chama, o que é essa caminhada, conforme o Sérgio, e que eu chamo de trânsfuga de classe: além da luta de classes existe mais alguma coisa; ela não explica tudo, pois não se pode reduzir tudo a ela, como os pseudomarxistas interpretam o pensamento de Marx.
SÉRGIO – Em relação a essa questão do marxismo, o que vicia a discussão é o espírito de "igreja”, que faz com que se clausura o marxismo, o catolicismo, o budismo e outros ismos. É ai que muitos passam a se sentir senhores dos critérios verdadeiros e juízes daqueles que são defensores de uma mesma metodologia e de uma mesma visão da história, mas que chegam a conclusões diferentes das deles.
PAULO – O que é prejudicial ao próprio pensamento de Marx, que é um pensamento que não suporta jaulas, é a tentativa de imobilização desse pensamento, tentativa antimarxista e a - histórica.
GADOTTI –Hoje falamos muito sobre o "que fazer” do professor, e me lembrava constantemente do texto de Lênin, em que ele denunciava o esquerdismo como uma “doença infantil”. Hoje há um esquerdismo que realmente imobiliza e dificulta o avanço revolucionário neste pais. Noto que há uma certa sofreguidão em se cobrar mais à esquerda do que a esquerda, quase uma competição para se auto-afirmar de esquerda. Esse comportamento merece ser denunciado 'também em nome da revolução. Seria um manifesto revolucionário hoje, não uma crítica de direita à esquerda, mas uma crítica de esquerda à esquerda.

CAPÍTULO IV EDUCACÃO E DEMOCRACIA
Introdução
SÉRGIO – Estamos agora diante de uma espécie de tema guarda-chuva, que no fundo reúne uma série de questões em torno da escola. A esse respeito, Gadotti, você que tratou mais diretamente dessas centenas de questões, quais os pontos básicos que você determinaria?
GADOTTI – Há duas ordens de questões: as particulares e específicas, que incidem sobre o funcionamento global da escola. Mas há também eixos mais gerais, preocupações mais sentidas pela maioria.
SÉRGIO –Isso no que diz respeito à violência que vem de fora da escola e que atinge pessoas, materiais, estaques, etc. Em geral, o que tem acontecido é que as escolas objeto desses ataques se armam, e até arquitetonicamente se tornam verdadeiras forta1ezas que, de fato, são prisões para os alunos. Quando se chega a essa situação, é óbvio que cabe aos professores e diretores discutir não só com os pais e os alunos, mas com todos os elementos ligados à comunidade, o que fazer diante do problema.
GADOTTI – Costuma-se dizer que, para superar a violência nas escolas, a comunidade deve assumir maior responsabilidade na preservação e conservação dos prédios, mas isso não resolve o problema. O que podemos fazer como administradores da educação, é por exemplo, facilitar a comunicação com a polícia através da instalação de telefones, como foi feito no Estado de São Paulo.
SÉRGIO – Essas providências imediatas às vezes são absolutamente necessárias. Mas, além dessa violência de que tratamos, há uma violência que se instala dentro da escola através da agressividade por parte de alguns alunos contra outros. O que tenho percebido é que, freqüentemente, esse problema está ligado à falta de uma ação conjunta entre professores e alunos, no sentido de se perguntarem sobre o que estão fazendo dentro da escola: jogo, brincadeira, o quê? Muitas vezes se utiliza, por exemplo, o tempo de recreio para deixar as crianças absolutamente à solta, sem qualquer atitude de co-participação dos adultos. Nesses casos, é claro que ocorrem mais facilmente situações de agressão, que seriam contornáveis ou minimizáveis com uma participação conjunta do pessoal da escola.
GADOTTI – A nossa escola, evidentemente, é burocrática e não uma escola participativa, de comunidade. É autoritária, mesmo que as pessoas que a compõem tenham uma concepção democrática da educação.
 SÉRGIO – Certo, mas, quando você fala em estrutura autoritária da escola, penso nela como algo vivo, pois ela só existe na medida em que há pessoas que as sustentam que exercem esses papéis autoritários, concorda?
GADOTTI – Sim, mas pela minha experiência pude notar que não era possível realizar uma educação democrática numa estrutura autoritária. Para um governo que se diz democrático, é essencial modificar as estruturas autoritárias.
SÉRGIO – Cabe aos professores que criticam esse comportamento autoritário fazê-lo através de pressões e de reivindicações concretas: Participação nas reuniões de tomada de decisões, participação na compra de determinado material etc. Essa ação é o recurso mais imediato para se conseguir que a prática escolar seja mais autônoma e menos autoritária.
PAULO – Mas, de qualquer maneira, para que professores se confrontem com uma direção autoritária dentro de uma escola é preciso que haja uma gestão democrática da educação em níveis superiores.
SÉRGIO – Professores que já têm um longo convívio com o autoritarismo têm condições de drible, de manha diante dos portadores desse autoritarismo. Assim a necessidade de se criar uma perspectiva de apoio mais ampla, de se cobrar o governo no sentido de uma coerência entre discurso da proposta e sua execução.
GADOTTI – A participação e a autonomia não se impõem, evidentemente. Elas dependem de um desenvolvimento cultural e político da própria sociedade. Seria um contra-senso dizer que o Estado pode impor a autonomia e a participação. Então, de um lado, existe a impossibilidade de o Estado impor uma autonomia para as escolas, e, de outro, as escolas não podem prescindir de um Estado, ou pelo menos de organismos do Estado, que facilitem essa participação e autonomia.
SÉRGIO –Há três grandes tipos de participação: nas decisões anteriores a uma ação que se planeja fazer, na sua execução e nos resultados. Ora, muitas vezes, o que se observa é que, dependendo do estilo de poder vigente, dimensiona-se essa questão de modo a que, no caso da comunidade escolar, esta participe apenas dos resultados. Considera-se autoritária ou paternalmente que isso já é o bastante pois, sendo a comunidade beneficiada, pouco importa que o planejamento tenha sido elaborado por uns poucos. Ou, então, se transforma a comunidade escolar em força de trabalho, apenas para a execução de planos decididos em pequenos comitês. Há, porém, um outro nível de participação, que já implica um outro tipo de poder, digamos, solidário, onde a participação se dá já no levantamento dos problemas. Aí a comunidade escolar participa enquanto co-responsável pela orientação que as soluções devem tomar. Esse caso, infelizmente, ainda é o mais raro, e deveria ser o objetivo de participação a ser alcançado. Geralmente o que se tem chamado de participação é a utilização do trabalho de pais, mães, inspetores de alunos, etc., na execução de tarefas às vezes até bastante úteis para a escola, mas em relação às quais essas pessoas não sabem nem o porquê, são meras tarefeiras.

Guilherme: pagina 78 a 94

A escrita e a leitura devem ser entendidos como ferramentas para apreensão da realidade, é durante esse processo de compreensão das palavras e do mundo que o cerca que se cria a conscientização política. Somente a leitura crítica, que não absorve o lido de forma passiva e pelo contrário, dialoga com quem escreve e se posiciona sobre isso, pode levar a essa conscientização. Em outras palavras, o sujeito que apenas lêe que não exercita sua criticidade, está fadado a reproduzir o que leu e ainda não se posicionará perante de forma crítica e contextualizada. Para isso, a educação deve basear-se em cinco eixos fundamentais: ler, escrever, contar, falar e ouvir como exercícios essenciais para uma cultura crítica e democrática, onde todos possam reivindicar direitos e serem ouvidos.

No contexto brasileiro onde os mais pobres não são ouvidos, a única forma de chamar a atenção para os problemas é pelo grito, como um gesto de descontentamento pelas mazelas sociais ou pela falta de representatividade política ( como no caso das Diretas já!!). Assim sendo, para que todos os clamores sociais e populares sejam atendidos e se concretizem, é necessário que a rebeldia se transforme em revolução, em mudança concreta e verdadeira, sem condições demagógicas e compromissadas com as camadas populares.

domingo, 25 de outubro de 2015


Resumindo a aula do dia 19/10...

Esta aula foi tão legal, que permitiu a todos relacionar as afirmações de Paulo Freire no livro "pedagogia da autonomia" com a nossa realidade no contexto escolar, ficando mais claros ainda os princípios trazidos no livro. Porém, vi como é enorme a dificuldade que todos tiveram em fazer esta relação.

Acontecimentos da aula:

Primeiramente, a professora Rita nos perguntou quais eram os principios trazidos no livro, e enquanto os alunos iam dando seus argumentos, a nossa colega Zilda ia fazendo as anotações necessárias no quadro sob mediação da professora Rita. Vários argumentos foram dados. Alguns deles foram:

1. A construção do conhecimento é um processo de mediação entre os sujeitos;
2. O ensino é um processo de construção do conhecimento;
3. O processo de ensino e aprendizagem é uma via de mão dupla, ao se ensinar se aprende e ao se aprender se ensina;
4. Educar deve se ancorar na inconclusão humana, e por isso, aprender torna-se possibilidade plena;
5. A prática docente é uma ação política, crítica e reflexiva;
6. Ensinar exige competências, conhecimentos e habilidades relacionadas à pesquisa.

Depois que todos deram seus argumentos, considerações e participaram desta etapa, a professora Rita nos mandou reunir em duplas e que relatássemos uma experiência vivida  na escola (como alunos, Pibidianos, estagiários, etc) que se relacionava com esses princípios dados pelos alunos.

Não sei se um relato de uma experiência fora do ambiente escolar (educação formal) vivida por mim é válida, mas o principio "O processo de ensino e aprendizagem é uma via de mão dupla: Ao se ensinar aprende e ao se aprender ensina" descreve bastante minha experiencia de mediação num centro de Ciência de educação Não formal (Espaço Interciências). Mas mesmo assim, vou comentar, já que o assunto está inserido no campo da Educação e também, não consegui relacionar os princípios com o ambiente escolar.
Atualmente atuo como mediadora do Espaço Interciências da UNIFEI, e no inicio de minhas explicações, fui aprendendo muito com os visitantes, em sua maior parte, alunos da Rede escolar Básica. Pois, enquanto explicava aspectos teóricos de cada experimento, alguns visitantes, sempre me explicavam aqueles experimentos relacionando-os com o cotidiano deles. Agora, sempre que vou explicar algum experimento, tento sempre relacioná-lo com situações do dia-a-dia dos alunos, para que eles entendam melhor. 


E assim, a maioria das duplas foram dando seus relatos, alguns muito interessantes. Como a aula já estava quase acabando, a professora Rita nos fez mais uma de suas interessantes reflexões, no caso, refletiu tristemente um pouco do porque  é tão difícil relacionar o livro com acontecimentos na Escola. Realmente é uma pena!


Resumo da aula do dia 19/10/1015

A aula do dia 19 de outubro de 2015 foi dividida em duas etapas. Na primeira etapa, os alunos e a professora discutiram quais aspectos relacionados à prática pedagógica poderiam ser encontrados no livro “Pedagogia da Autonomia”, de Paulo Freire. Os alunos propunham algumas ideias, que eram discutidas e lapidadas em conjunto e, em seguida, anotadas na lousa. Em alguns momentos, as discussões levavam a acrescentar outros dizeres a tópicos já descritos. Ao final, os seguintes aspectos foram levantados como importantes:

- Identificação e respeito a realidade sócio-cultural do aluno, garantindo uma formação contextualizada;
- O ensino é um processo de construção de conhecimento;
- A construção de conhecimento é um processo de mediação entre sujeitos;
- Prática docente é uma ação política, crítica e reflexiva;
- Educar deve-se ancorar na inconclusão humana e, por isso, aprender torna-se possibilidade plena;
- O processo de ensino e aprendizagem é uma via de mão dupla: ao se ensinar aprende e ao se aprender ensina;
- O ensinar exige: competências, conhecimentos e habilidades relacionadas à pesquisa.


Na segunda parte da aula, os alunos foram divididos em duplas para discutir alguma situação prática vivenciada na sala de aula, seja como aluno, estagiário, professor ou observador, em que se mostrou presente algum dos sete eixos elencados anteriormente. Foram relatos diversos e bastante interessantes; alguns comentaram sobre experiências no PIBID, outros citaram situações com seus professores do curso de graduação e alguns relataram momentos do estágio. Na discussão com a minha dupla, nós optamos por comentar sobre a educação como sendo uma via de mão de dupla, em que pude destacar minha experiência como professora do CATS, onde aprendo muitas vezes com meus alunos. Nesse sentido, a professora Rita ainda nos lembrou de uma aspecto bastante importante da relação de ensino-aprendizagem tanto citada por Paulo Freire que é a humildade.

                                     Natália Lopes Fregonesi - 27164

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Arian R. Batista. - 21441

Feedback da Aula do dia 19/10/2015


Após ler o livro Pedagogia da Autonomia, a turma pode levantar algumas das principais características Freirianas indispensáveis para a Autonomia do docente. Uma das características destacadas pela classe foi a questão do professor trabalhar o lado crítico, social e político dos alunos, esta é uma característica muito relevante para a construção de cidadãos com participação ativa na sociedade.
Lembro de um professor do ensino médio na E.E. Coronel Carneiro Júnior, dentre os vários professores que tive, ele fazia criticas sociais, chamava a atenção dos alunos para o que estava acontecendo na sociedade, para o que estava acontecendo dentro de sala de aula, ele sempre começava a aula com a frase de um filósofo na lousa, e ao final da aula ele comentava ela. Essa foi uma experiência bacana que pude presenciar como aluno.
Em resumo pode-se concluir que todas as características destacadas pela turma são essenciais para o"ser professor" e sua autonomia.

Só para compartilhar...

Olá pessoal, estou passando para avisar que estamos fazendo a leitura do livro "Pedagogia: Diálogo e conflito" dos autores: Paulo Freire, Sérgio Guimarães e Moacir Gadotti. Estamos achando muito interessante e recomendamos para vocês! 


quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Aula expositiva: o professor no centro das atenções


A aula expositiva pode ser uma ótima ferramenta para auxiliar no trabalho do professor! Ela é essencial para apresentar um tema, sintetizar algumas informações que já foram trabalhadas ou fechar algum conceito, a aula expositiva é o momento em que o professor se torna o centro das atenções e tem a palavra. 
No entanto, de acordo com as mudanças que a sociedade está passando, percebemos que a aula expositiva vem perdendo espaço na escola e até está passando a ser muito mal vista por alguns educadores, já que seu estilo reflete ao de uma aula tradicional, que tem por base a "transmissão" do conhecimento do professor para o aluno. Para mim, não é bem assim! Se bem planejada e realizada, este método de ensino pode ser o melhor meio de ensinar determinados conteúdos e garantir a aprendizagem da turma.

 Além disso, mesmo que a aula expositiva seja um método de ensino tradicional e autoritária, ela pode ser transformada em uma atividade dinâmica, participativa e estimuladora. Basta usá-la de forma adequada!
É claro que a aula expositiva apresenta muitos aspectos negativos e é muito mal empregada por alguns professores, e dificultam a aprendizagem de alguns alunos mas, devemos considerar também alguns aspectos positivos deste método, dentre eles, podemos perceber que é um método de fácil preparo, possibilitando a "transmissão" de várias informações em curto espaço de tempo; Facilita aos estudantes disciplinas que seriam de difícil compreensão apenas com a leitura; Oferece para o aluno uma ideia de conteúdo; O professor apresenta visão geral e imparcial do conteúdo, principalmente quando o tema é polêmico; É necessária tanto quando existem muitas como quando existem poucas referências sobre o assunto; Parece necessária para os estudantes despreparados intelectualmente, que aprendem melhor ouvindo do que lendo; O aluno pode ser estimulado pelo professor; Etc.